sexta-feira, 18 de março de 2011

Missão Espanha-Inglaterra 9: S & T

Uma empresa independente de produção de softwares para aplicativos com TV Digital interativa, broadcasting e cabo. Com 50 empregados, pode ser exemplo de tipo de empresa a ser fomentada no Brasil: pequena, focada e preocupada tanto com o mercado interno quanto o externo.

A visita ratificou que o middleware MHEG-5 é, certamente, mais internacional que o nosso estando em vários países do Reino Unido. Mas, assim como citado nas visitas na Espanha, não é uma unanimidade, assim como não o é o americano. O que pode ser uma oportunidade de crescimento do nosso próprio, das aplicações e de suas melhorias a partir dos problemas apontados ao demais.

A empresa mostrou as várias aplicabilidades para a TV Digital mas nada muito original e que já não tenhamos, se não previsto, já implantado: guia de programação, VOD, informações em menus laterais, seleção de cenas, hipertexto, publicidade interativa, compras, games. Nada de inclusão social, por exemplo.

O canal de retorno é, geralmente, o telefone. Ou seja, pago.

Eles têm projetos específicos para o carrossel, algo que tenho ouvido pouco por aqui (o que não quer dizer que não exista, é claro).

Não acreditam muito na expansão do connect TV, a não ser pelo que já existe. A conectividade desejada pelo telespectador de TV já é disponível na TV e o connect não irá trazer mais novidades. Além disso, assistir TV é diferente de estar à frente de um PC. Essa é, inclusive, uma opinião de vários especialistas visitados na missão: ainda vamos continuar gostando de ver TV de maneira passiva, com pouco ou nenhuma necessidade de que tenhamos uma postura interativa. Apenas assistir sentado no sofá ou deitado na cama. Enquanto o PC sempre exigirá uma interatividade, impossível de se manter a todo o momento. Vai haver uma certa convergência (busco alguma informação ou uso um leque limitado de interatividade no programa regular de TV, assim como posso assistir episódios de televisão na tela do computador), mas ainda serão mídias distintas. “A BBC tem programas interativos, mas as pessoas usam pouco”.

O que muda mesmo na TV é apenas a programação vinda da emissora. Neste sentido, as pessoas certamente vão fazer sua programação, assistir seus programas nas horas mais adequadas ao seu cotidiano, mas ainda assim a partir de uma grade oferecida pela emissora, dentro do seu fluxo de produção e veiculação.

“Interatividade na TV é sobre conteúdo. Tecnologia é para capacitar”. É uma mantra, haja vista, européia, embora dita nesta visita. Temos de ficar atentos, não para negá-la, mas para pensarmos que devemos aplicá-la inteiramente: não esquecer que os aplicativos que serão mais procurados serão justamente os ligados aos conteúdos, mas que temos a obrigação de explorar também sua aplicabilidade enquanto capacitação de, no mínimo, para a cidadania. Nada, inclusive, que já não estivesse previsto no decreto inicial da TV Digital.

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