terça-feira, 11 de outubro de 2011

Missão Espanha Inglaterra: Conclusão

Após a missão, fomos convidados para dar algumas opiniões, a partir de algumas perguntas pre-estabelecidas. Com isso, concluímos o relato (antes tarde do que nunca!).

 Qual foi sua percepção nas visitas sobre a interatividade e o middleware?

Várias das minhas observações encontram-se nos textos anteriores, mas ressalto aqui que o Ginga, pelo menos aparentemente, tem grande respeito e admiração por lá. Já os sistemas deles me parece seguir unicamente um modelo comercial simplista. Os desenvolvedores de software não têm visão de conteúdo e as emissoras entendem a interatividade muito mais como um complemento em forma de jogo do que uma nova concepção ou mesmo um novo tipo de programa.

Como disse, talvez porque eles não tenham a necessidade de inclusão social e digital que temos. Mas nos serve de alerta para onde iremos caso não haja um investimento, cultural e financeiro, em políticas públicas, se não nos dedicarmos agora em aperfeiçoar a missão e o papel do que queremos de nossa TV Digital, do middleware e da interatividade que esperamos.






De que forma a experiência obtida com a missão poderá contribuir para sua atividade profissional?

Certamente, tudo que foi levantado aqui serve como exemplo do que deve ser seguido, evitado, potencializado e cuidado para as TVs Universitárias. Saímos da missão com tudo isso que escrevemos anteriormente a ser repassado às TVs Universitárias do país. Talvez seja utópico demais de minha parte, mas certamente essas informações podem dar subsídios fundamentais para a continuidade do desenvolvimento de nossas emissoras – por tudo até aqui exposto – mas também para nos tornar visíveis, nos credenciar e nos colocar em contato bem próximo com parceiros importantes, tanto no país como na Espanha e Inglaterra.



Após a missão, quais as novas ações planejadas pelos participantes?



Algumas ações já estão em andamento, por parte da ABTU:

·        Divulgação do resultado da missão via mídias eletrônicas da entidade (site, newsletter e blog);

·        Realização de um Seminário onde o principal tema será a Missão;

·        Publicação de um artigo científico;

·        Projeto em conjunto entre a ABTU, ABPTI-TV, Presidência e MDIC para fomento de treinamento de mão-de-obra para a produção audiovisual e de incubadora de produtoras.

Outras atividades seguirão a partir da multiplicação das informações:

·        pautar novos eventos do segmento a partir das idéias e demandas aqui apontadas;

·        estabelecer novas parcerias;

·        redesenhar e/ou adaptar projetos em andamento também a partir do descoberto com a missão, como o catálogo de produção audiovisual das TVs Universitárias, desenvolvido em conjunto com a EBC e que agora pode ganhar uma versão internacional para a venda de conteúdo no exterior;

·        construir manuais para orientação dos afiliados sobre as tendências e novas oportunidades de negócio;

·        projetos novas propostas para o segmento.
Comentários gerais (livre).


Creio que o melhor da missão foi o encontro de pessoas e instituições voltadas para a mesma direção. A ABTU teve oportunidade de se encontrar com pares e possíveis parceiros que, em outras ocasiões, nunca poderiam aprofundar seus pontos de vistas, suas especificidades e suas possibilidades de atuação conjunta se não no meio de um processo de descobrimento mútuo, tanto de um contexto externo, como interno.

Mas creio que essas missões também têm esse objetivo e, portanto, essa parte foi totalmente satisfatória.

As empresas visitadas também deram um amplo mosaico das questões pertinentes aos nossos interesses, muitas delas coincidindo (o que reforçava uma até então apenas uma impressão), outras ressaltando aspectos diferenciados e subjetivos, mas igualmente importantes.

Para as TVs universitárias, foi um tremendo reforço a algumas concepções, a abertura de janelas para outras proposições e certamente alguns passos além de onde estamos que, sem a missão, levaríamos mais algum tempo para alcançar (o que poderia, inclusive, fazer com que perdêssemos algum ‘bonde’).

Infelizmente, isso não significa que as TVUs vão agora ficar diferentes do que eram antes da missão. A heterogeneidade e a pouca agregação das IES, em todas as áreas e não só em suas TVs, não garantem que as ações serão assimiladas e multiplicadas. Dependerá também muito da atuação da ABTU e de seus novos parceiros.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Missão Espanha-Inglaterra 12: ITV

A emissora privada tradicional inglesa fez um bom estudo sobre as tendências da TV:
  • audiência cada vez mais fragmentada;
  • declínio da publicidade tradicional nos intervalos de TV;
  • conteúdo globalizado;
  • o “risco” da audiência conectada;
  • perda do share para o mundo virtual.

Mas também vêem oportunidades:

  • extender o canal para outras plataformas em diversos lugares;
  • novos reposicionamentos para as marcas;
  • novos talentos e novo processo criativo;
  • possibilidades de construção de novos canais de relacionamento com o público;
  • visão mais clara do tipo de negócio.

Não relataram projetos de interatividade. Mas já abraçaram fortemente a multiprogramação. É bonito de se ver, com uma grande pontada de inveja, o hall de entrada com os aparelhos ligados, cada um em uma subfrequência segmentada....

Também querem se previnir e se preparar para as novas concorrências como o Google TV, realizando, inclusive, uma joint venture com a BBC, Channel 4 e outros para que a Inglaterra tenha sua própria plataforma de conteúdo. Uma junção dos concorrentes em prol de toda a indústria de conteúdo inglesa, uma utopia se pensarmos algo semelhante no Brasil.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011


GESTÃO EM PROCESSOS COMUNICACIONAIS E TRANSMÍDIA


Na era da informação e da sociedade em rede, a comunicação tem papel estratégico na inteligência corporativa. A gestão do conhecimento e dos processos comunicacionais, tanto no que refere à produção dos conteúdos transmídia, quando sobre as múltiplas plataformas digitais de distribuição, como internet, educação corporativa, ensino à distância, redes sociais, TV digital, entre outros, são elementos vitais no cotidiano das organizações e das instituições. O Curso de Pós Gestão em Processos Comunicacionais e Transmídia, oferecido pela UNA em parceria com a ABTU, Associação Brasileira de Televisão Universitária, tem como objetivo principal qualificar profissionais para enfrentar os desafios da convergência mediática e abrir novas perspectivas no mercado de trabalho.

Público-alvo
Profissionais de mercado que atuam em administração, processos gerenciais e gestão do conhecimento; Profissionais de TV, publicidade, marketing, comunicação, tecnologia e educação; Desenvolvedores de conteúdos comerciais, corporativos, educacionais, comunitários, independentes; Profissionais nas áreas de empacotamento e distribuição por múltiplas plataformas; Profissionais das áreas de telefonia móvel e fixa, internet e novas mídias; Formandos em cursos de Comunicação Social, Rádio, TV, Cinema, Produção Audiovisual,Publicidade e Propaganda, Administração e áreas correlatas; Pesquisadores.
Estrutura curricular
1º SEMESTRE

Módulo- Gestão do conhecimento na Era da informção

Transmídia e Gestão Corportativa
Trajetória da Comunicação Eletrônica no Brasil
Introdução à Transmídia
Comunicação como inteligência competitiva
Produção de Conteúdos Interativos como Estratégia para o Desenvolvimento
Processos comunicacionais e ética
Tecnologia Digital para não técnicos
Teoria da Imagem e do Som Digital
Linguagem Audiovisual

Módulo Novos Paradigmas da Informação

Paradigmas da Informação

Convergências
Estética e narrativa transmídia

2º SEMESTRE

Mobilidade
Educação para as mídias e Tecnologia Social

Módulo - Modelos de produção e distribuição

Gestão do conteúdo e distribuição
Interatividade e o usuário gerador de conteúdo
Modelos Corporativos
TV Digital
Gestão de Produção Audiovisual para Transmídia

Módulo Debates e Experimentação

Visitas técnicas
Workshops Elaboração de projetos
Workshop: projetos futuros
Carga horária

360 h/a

Dias e horários

Sextas-feiras, das 19h10 às 22h40 e Sábado das 8h30 às 12h e das 13h às 16h30

Investimento

Confira aqui o valor do seu curso.
Descontos especiais para matrículas antecipadas.

Localização

Campus Guajajaras - Rua Guajajaras, 175, Centro

Coordenação

Prof. Dr. Cláudio Márcio Magalhães – UNA

e-mail: claudiomagalhaes@uol.com.br

Prof. Ms. José Dias Paschoal Neto – Unicamp

Inscreva-se aqui.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Argentina faz interatividade ao vivo com o Ginga


É para nos matar de vergonha.

A Argentina usa o sistema criado por nós porque não temos uma política pública e privada para tal.

Eles estão fazendo tudo o que gostaríamos de estar fazendo:

TV Digital interativa via sinal aberto, utilizando a TV Pública para a experimentação e as universidades para o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva.

E se ainda fossem os chilenos...

Segue abaixo a notícia na íntegra:

Transmiten interactividad en vivo desde Canal 7

La acción fue concretada por el NeoTVLab de la UNTREF y el LIFIA de La Plata



Buenos Aires, Mayo de 2011.- El NeoTVLab, laboratorio de la Universidad Nacional de Tres de Febrero (UNTREF), dedicado a la investigación, desarrollo y difusión de las nuevas tecnologías aplicadas a la televisión, en conjunto con el LIFIA, (Laboratorio de Investigación y Formación en Informática Avanzada) de la Universidad Nacional de la Plata, realizaron la primera transmisión de interactividad en vivo desde Canal 7.

El acontecimiento se efectuó el viernes 13 de mayo del 2011, en el marco del programa televisivo "Cocineros Argentinos" de esa emisora; allí, se emitieron contenidos interactivos asociados al ciclo. La aplicación interactiva permitió acceder a las recetas que elaboraban los chefs.

La transmisión fue testeada en los mismos decodificadores o Set Top Boxes (STB), distribuidos por el Ministerio de Planificación Federal, Inversión Pública y Servicios Públicos. En el canal se utilizó un STB de la Unión Temporaria de Empresas (UTE). Al mismo tiempo, desde el Ministerio, se sintonizó el programa, utilizando el STB Newtronic, corroborando una transmisión perfecta, sin falla alguna, en la aplicación Ginga que se ejecutó.

Esta experiencia llevada a cabo por el
NeoTVLab y el LIFIA, ambos laboratorios pertenecientes a Universidades Nacionales, marca un hito desde la llegada de la Televisión Digital Terrestre (TDT), ya que los transforma en los primeros de Latinoamérica en transmitir por un canal de aire, una aplicación Ginga interactiva asociada a un programa emitido por TDT.

Con este tipo de acciones, el NeoTVLab de la UNTREF participa en la gestión y desarrollo de las tecnologías, contenidos y aplicaciones que aporten valor a la nueva televisión en todos sus formatos y soportes.



La noticia fue tomada también por la Comunidad Ginga

http://identi.ca/attachment/45541888


Por NeoTvLab

terça-feira, 3 de maio de 2011

Missão Espanha-Inglaterra 11: Channel 4


O tradicional canal comercial da BBC, mas sem fins lucrativos. O que ratifica que ganhar dinheiro, ou tornar a emissora sustentável pela publicidade tradicional, não tem nada demais. Desde que bem estruturada a sua missão e, certamente, com modelos de gestão social e financeira adequados.

Não têm estúdios pois trabalham basicamente com produtores independentes, algo não utilizado pelas nossas emissoras comerciais tradicionais, mas já amplamente utilizado por emissoras à cabo, como o Canal Futura, GNT e outros.

São focados para a inovação, para diversidade social e experimentação, embora mantenham na grade programas tradicionais como seriados norte-americanos e filmes, como forma de atração do seu público-alvo.

Não se preocupam com uma audiência abrangente. Estão satisfeitos com sua audiência de 4 milhões (a BBC tem 50!) pois o objetivo é ser segmentado mesmo, jovens de 14 a 19 anos (algo que não temos por aqui, por exemplo). Mas nas suas pesquisas são vistos como diferentes, modernos e independentes.

Estes dois últimos parágrafos bem que poderiam também ser indicativos para as nossas emissoras universitárias.

Quanto ao quesito interatividade, repetiam as demais visitas: querem trabalhar em connect TV, a interatividade não é muito profunda (e sem preocupação social), querem atuar nas diversas plataformas, pesquisando sobre isso (consoles de games, smartphones, tablets), ênfase em VOD. Também reafirmam que os fabricantes de aparelhos de TV serão protagonistas na questão da interatividade.

Quanto a busca da sustentabilidade, têm boas idéias para as emissoras do campo público: microfinanciamento, diversidade de captação de recursos, audiência a TV linear, doawloads, micropagamentos, parcerias do tipo com YouTube, licenciamentos, fundos governamentais e explorar os novos negócios emergentes.

Não tem vínculos com universidades em co-produção (“deixamos tudo isso para a BBC”).

terça-feira, 26 de abril de 2011

Consulta Pública de TVEs

Prezada(o)s Amantes de uma TV Pública,

Venho fazer um apelo a(o)s colegas.

Uma importante Consulta Pública está aberta no Ministério das Comunicações. É sobre a distribuição de outorgas de TV Educativas abertas.

O documento da Consulta é cheio de méritos pois pretende regular essa oferta do precioso espectro educativo. Há alguns problemas que precisam ser alertados e, certamente, também é fundamental mostrarmos o nosso interesse e nossa participação.

Assim, participe da Consulta! Entre no site do Ministério e clique para participar:

O processo é muito simples. Basta um pequeno cadasto e clicar nos itens que você acha que devem ser alterados.

Na ABTU, estamos recomendando algumas sugestões. Seguem abaixo. Pedimos que, se concordarem, por favor, vão ao site e ratifiquem os itens pelos quais estamos batalhando. Você, certamente, pode colocar outras sugestões, o que tornaria o processo ainda mais rico e participativo.

Mas, atenção: o prazo é até sexta-feira, dia 30/04.


Art. 4 inciso 2 – Prazo de apresentação de documentação: ampliar o prazo para até 120 dias.

As universidades públicas seriam as principais prejudicadas pois são muito burocráticas em seus processos, principalmente quando têm que passar pelos jurídicos com pouca formação em radiodifusão. Certamente IES particulares também sofrem deste mal. São, muitas vezes,processos participativos, com colegiados formados por professores, estudantes, funcionários com atividades fim diversas e que, ou não tem preparação por exclusiva falta de tempo e conhecimento específico imediato que, como sabemos é complexo e diferente do cotidiano acadêmico. Prazos mais longos possibilitam menos entraves futuros para o próprio Ministério, além de ampliar a qualificação de uma concorrência que só será benéfica para a sociedade atingida pelo sinal, de um serviço de tão longa duração.

Art. 5º As pessoas jurídicas de direito público interno, inclusive universidades (...)participantes do procedimento administrativo seletivo iniciado pelo Aviso de Habilitação, terão preferência na outorga da concessão, (...): Substituir aqui e em todo o texto a palavra "universidades" por "instituições de ensino superior"

O MEC, todos os PNDE e demais projetos já garantiram ao país uma diversidade de figuras jurídicas para instituições de ensino superior (IES) como: universidade, centro universitários, institutos tecnológicos, faculdade. A experiência da lei do cabo - que só prevê as universidades - mostrou que tal diferenciação foi infrutífera (somente uma cidade fechou a entrada das demais IES) e já está prevista sua alteração, para IES, no novo projeto de lei sobre TV paga que está no Senado (já aprovado pela Câmara). O termo me parece discriminatório e preconceituoso pois sabemos que há, por exemplo, IES de excelência, especializadas, de reconhecimento internacional e que não desejam se transformar em universidades justamente para manter seu foco. E que representam muito bem suas comunidades, ou têm grande potencialidade para fazê-lo, até mais do que uma universidade local, distante e mal avaliada. Da mesma maneira que temos centros universitários, institutos técnicos, temos universidades, públicas e privadas, com rendimento ruim pelas análises do MEC. Portanto, não será a nomenclatura que irá definir a qualidade da instituição. Em um território como o nosso, ainda com número reduzido de vagas presenciais na grande maioria dos municípios, podemos ter uma disputa autofágica a empilhar ainda mais a burocracia do MEC e despejando nos tribunais. E que as pessoas jurídicas tenham, no mínimo, cinco anos de existência comprovadamente ligadas à educação superior para se evitar criação de fundações com exclusivo objetivo de se conseguir uma outorga, “driblando” a proposta da lei de preferência para as IES. Neste sentido, a experiência já mostrou que várias fundações fantasmas e/ou ligadas apenas por fantasia a alguma IES que não tinha qualquer vínculo com a TV.


Art. 7 Item II – Critério por número de aluno ser diferencial
: Que a avaliação não seja por número de alunos e sim pelas avaliações do MEC e CAPES, dos seus cursos, programas de latu sensu e stritu sensu, avaliação institucional, ENADE etc.

Seria, uma vez mais, o critério de quem tem mais, tem mais direitos. Número de alunos definitivamente não é comprovação de qualidade, idoneidade, representatividade da comunidade e interesse público. Uma universidade tem 100 mil alunos só em educação a distância, portanto, nenhum aluno onde está implantada. E diversas IES de grande poder econômico abre "franquias" em cidades sem qualquer compromisso com a localidade e, por ter "caixa" e uma estruturas nacional baseada em uma pedagogia apostilada (e, assim, sem qualquer possibilidade do local fazer diferença), consegue ter uma política de preços que dificulta as IES locais. Assim, para se mediar a qualidade e a potencialidade da IES de representar a comunidade onde atinge já há outros índices como do MEC, CAPES e número de projetos sociais e de extensão que essa instituição já tem avaliados. Concordamos com o colega Adriano Adoryan quando diz que "as outorgas de TVE devem privilegiar a qualidade da prestação do serviço e não a quantidade de alunos inscritos na instituição, pois esta fórmula não guarda nenhuma relação com a sua representatividade junto à gestão da emissora. Mesmo um maior número de matriculados pode se dar numa estrutura de menor acesso destes e da população em geral às instâncias decisórias da instituição do que numa universidade com menor número de alunos. Neste caso a intenção do critério de maior representatividade da população seria substituída pelo seu oposto."

Art. 7 – Novo item para classificação.
Que seja criada um novo item onde exista um compromisso de participação da comunidade na emissora, do tipo "documento assinado pelos representantes das entidades que formarão o conselho de programação da emissora tendo 1/3 representantes de associações comunitárias e ONGs sociais, 1/3 dos setor público municipal e 1/3 das entidades de desenvolvimento econômico e social"


Já que estamos falando de outorgas educativas, de interesse público, no mínimo devemos prever, e pontuar como critério diferencial, quanto mais inserida e organizada essa IES ou Fundação está integrada, assim como o seu compromisso de manter um conselho com a participação representativa da comunidade onde atinge.



É fundamental mostrarmos união e um número expressivo de participantes demonstrará ao Ministério que as TVs Universitárias são uma importante parcela do campo público de televisão.

Trata-se de uma luta que os dirigentes de TVs Universitárias travam há mais de dez anos. Em 2009, após sermos escutados em audiência na Câmara dos Deputados, a Comissão de Educação aprovou que somente IES podia concorrer a novas outorgas de TVE (e a renovação). No final de 2010, o Ministério fez o mesmo, em portaria. E em 2011, o novo ministro, Paulo Bernardo, lança a Consulta no mesmo sentido.

Vamos fazer nossa parte e mostrar que temos uma televisão universitária forte e unida no interesse de uma televisão voltada para a educação, para a pesquisa e para a extensão comunitária.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

TV Educativa: de quem dever ser? Quem deve fiscalizar? - 1

Uma solicitação velha da ABTU: uma moralização das outorgas das TVs Educativas.

Pessoalmente, tem mais de 10 anos que bato na mesma tecla.

O Ministério das Comunicações coloca em consulta pública a normatização da concessão destas outorgas.

É fundamental todos participarem. Nós vamos!

A ABTU apresentou uma proposta para a Comissão de Ciência,Tecnologia,Comunicação e Informática da Câmara de Deputados em 2007 (embora tais idéias já haviam sendo apresentadas desde a década de 1990).

Dela saiu uma resolução de que toda outorga de TVE deveria ser de uma instituição de ensino superior.

Em outubro do ano passado, o Ministério deu continuidade aos avanços e normatizou a idéia por decreto.

O caminho está bom, mas temos que continuar desbravando. Às emissoras comerciais em nada interessa uma TV educativa de e com interesse pelas pessoas.

Ao longo destes dias, vamos colocar algumas idéias. Acompanhe também pelo twitter @claudiomagal.

E batalhar para conseguir uma audiência com o Ministro Paulo Bernardo para entregar pessoalmente as idéias das TVs Universitárias...

quinta-feira, 24 de março de 2011

Missão Espanha-Inglaterra 10: BBC

Não acredito ser necessário listar aqui todas as qualidades da BBC, ratificada na visita e pelos seus profissionais, como a confiança de seu público em sua emissora e a qualidade de sua programação.

O importante é que, de todas as visitas, são os que mais estão entusiasmados com a interatividade. Estão investindo muito em seu site, atualmente o terceiro serviço depois da TV e do Rádio.

Todos os programas têm que ter extensão na internet e o programa de metadados é automático. Aliás, algo a aprender pois noto que, no Brasil, a questão do metadados não está sendo muito focada, cada um criando o seu. Ora, para que possamos interagir todos os conteúdos, será necessário uma base única para que todos pudessem se enxergar e serem vistos. Seria uma boa proposta para uma política de governo?

Na “Blue Room”, sala onde estão expostas as várias maneiras possíveis de interatividade, comprova-se a preocupação da emissora em testar todas as possibilidades nos equipamentos disponíveis: set-top-boxes de várias origens, consoles de games, tablets, celular.

Mas os aplicativos para a tal interatividade também não têm muito de originais. A interatividade não vai além de formatos de entretenimento como jogos com perguntas em forma de menu nas laterais dos programas. Ou com o Bamzooki, programa voltado para jovens, uma mistura de reallity show com gincana. Uma vez mais, nada foi mostrado sobre inclusão social ou o uso do espectro para tal fim. Sendo a principal emissora pública no mundo, é uma pena!

No entanto, listaram algumas importantes dicas para se fazer um programa interativo de sucesso:

  • construir uma nova marca para online e TV;
  • manter interfaces entre as plataformas;
  • faça fácil para entrar e sair;
  • faça fácil para se envolver;
  • faça fácil para estar envolvido;
  • faça da audiência seus principais defensores;
  • tenha um plano de continuidade;
  • “conversar é o rei”;
  • ter cuidado com o timming;
  • continuar pesquisando;
  • os fans são os verdadeiros donos;
  • ser divertido ver e ser divertido jogar;
  • procurar o engajamento, que as pessoas possam escolher que lado querem estar.

Também já fazem uso pleno da multiprogramação, com diversos canais sendo oferecidos no espectro. Um canal mais popular, outro “um canal para pensar”, o terceiro para jovens e um quarto “mais científico”, entre outros. Uma vez mais, digo, algo proibido por aqui.

Investem muito na marca BBC e nas marcas subseqüentes, inclusive as marcas virtuais.

Quanto o contato com as universidades, também não têm fortes ligações, principalmente para produção de conteúdo. Mostraram-se sinceramente espantados com o número de IES que produzem conteúdo no Brasil e demonstraram interesse em conhecer, o que pode ser uma ótima oportunidade de negócio para nós.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Missão Espanha-Inglaterra 9: S & T

Uma empresa independente de produção de softwares para aplicativos com TV Digital interativa, broadcasting e cabo. Com 50 empregados, pode ser exemplo de tipo de empresa a ser fomentada no Brasil: pequena, focada e preocupada tanto com o mercado interno quanto o externo.

A visita ratificou que o middleware MHEG-5 é, certamente, mais internacional que o nosso estando em vários países do Reino Unido. Mas, assim como citado nas visitas na Espanha, não é uma unanimidade, assim como não o é o americano. O que pode ser uma oportunidade de crescimento do nosso próprio, das aplicações e de suas melhorias a partir dos problemas apontados ao demais.

A empresa mostrou as várias aplicabilidades para a TV Digital mas nada muito original e que já não tenhamos, se não previsto, já implantado: guia de programação, VOD, informações em menus laterais, seleção de cenas, hipertexto, publicidade interativa, compras, games. Nada de inclusão social, por exemplo.

O canal de retorno é, geralmente, o telefone. Ou seja, pago.

Eles têm projetos específicos para o carrossel, algo que tenho ouvido pouco por aqui (o que não quer dizer que não exista, é claro).

Não acreditam muito na expansão do connect TV, a não ser pelo que já existe. A conectividade desejada pelo telespectador de TV já é disponível na TV e o connect não irá trazer mais novidades. Além disso, assistir TV é diferente de estar à frente de um PC. Essa é, inclusive, uma opinião de vários especialistas visitados na missão: ainda vamos continuar gostando de ver TV de maneira passiva, com pouco ou nenhuma necessidade de que tenhamos uma postura interativa. Apenas assistir sentado no sofá ou deitado na cama. Enquanto o PC sempre exigirá uma interatividade, impossível de se manter a todo o momento. Vai haver uma certa convergência (busco alguma informação ou uso um leque limitado de interatividade no programa regular de TV, assim como posso assistir episódios de televisão na tela do computador), mas ainda serão mídias distintas. “A BBC tem programas interativos, mas as pessoas usam pouco”.

O que muda mesmo na TV é apenas a programação vinda da emissora. Neste sentido, as pessoas certamente vão fazer sua programação, assistir seus programas nas horas mais adequadas ao seu cotidiano, mas ainda assim a partir de uma grade oferecida pela emissora, dentro do seu fluxo de produção e veiculação.

“Interatividade na TV é sobre conteúdo. Tecnologia é para capacitar”. É uma mantra, haja vista, européia, embora dita nesta visita. Temos de ficar atentos, não para negá-la, mas para pensarmos que devemos aplicá-la inteiramente: não esquecer que os aplicativos que serão mais procurados serão justamente os ligados aos conteúdos, mas que temos a obrigação de explorar também sua aplicabilidade enquanto capacitação de, no mínimo, para a cidadania. Nada, inclusive, que já não estivesse previsto no decreto inicial da TV Digital.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Missão Espanha-Inglaterra 8: Universitat Pompeo Fabra


Dentro do Distrito 22, em Barcelona, centro com 20 quadras de empresas de comunicação, centros acadêmicos, emissoras de radiodifusão, a universidade se dedica ao estudo do setor, inclusive com um doutorado em comunicação. Tem também um observatório de produção audiovisual focado na Catalunha. Um bom exemplo do uso da rede mundial que, ao mesmo tempo preserva e mantêm em um sítio algo de grande importância regional, ao mesmo tempo o deixa a disposição para a comunidade planetária. Seria possível fazer algo semelhante somente da produção audiovisual universitária? Ou mesmo só de Belo Horizonte, por exemplo? Seria algo importante a ser fomentado?

Investigam especialmente a documentação digital e a comunicação interativa, ambos assuntos mal tocados pela academia brasileira. Certamente, podem ser também pela academia européia e somente eles (ou poucos deles) façam isso. Mas , no mínimo, uma janela para convênios e intercâmbios acadêmicos.

Estão agora discutindo a transmídia. Mas, do meu ponto de vista, me parecem apenas que estão iniciando enquanto no Brasil já há grupos mais avançados.

É uma universidade com produção audiovisual, o que nos interessa diretamente, mas não com o fluxo necessário para se caracterizar como televisão ou uma produtora independente. No entanto, cobram para produzir de algumas empresas interessadas, e remuneram os estudantes com isso. Certamente, tudo dentro de um protocolo. Algumas televisões universitárias brasileiras já fazem isso, mas em um número bem menor do que seria necessário. As nossas universidades que produzem TV ainda não despertaram para esse modelo de negócio. A ABTU ainda tateia nesta direção.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A Day Made of Glass



Apenas um video para pensarmos para qual mundo profissional estamos formando nossos alunos de audiovisual?

E qual o papel da TV Universitária neste latifúndio?

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Missão Espanha-Inglaterra 7: Ubisoft

Um exemplo diametralmente oposto ao anterior. Uma enorme empresa com 6.400 membros espalhados pelo mundo, com 1 bilhão de vendas com distribuição planetária. São responsáveis por alguns dos jogos mais populares. Tem 24 estúdios em 17 países.

No Brasil, só tem um escritório de negócios! Tinha um de produção, mas foi desativado. Porque? A versão oficial seria o custo mas há quem diga que o parceiro local teve problemas internos. Mas, então, o que faz do ambiente brasileiro que, com tantos criadores, produtoras e mão-de-obra compatível (haja vista a indústria de quadrinhos mundiais, com vários artistas brasileiros competindo em pé de igualdade) não ter um estúdio de criação para uma empresa como a Ubisoft? E as demais empresas? Neste sentido, seria importante uma investigação mais profunda para um diagnóstico e as possíveis correções.


Afinal, essas empresas são multinacionais e se instalam em diversos pontos do planeta para maximizar sua produção. O que têm nos demais 17 países que atraem tal empresa? Podemos fomentar condições semelhantes? Os estúdios, como o visitado em Barcelona, trabalham apenas em partes dos jogos, muitas vezes dedicados por um ano inteiro em apenas um projeto, envolvendo mais de 50 profissionais. Em um mercado em expansão, imagina-se que cada vez mais estúdios como este serão necessários. E mais países serão prospectados. Como sermos atraentes?


Uma parte da resposta está na cultura de criação ainda voltada para a produção de audiovisual com ênfase no cinema. A televisão é vista como uma produção menor. Daí, a questão autoral se propõe acima da questão mercadológica.


Como mostrado no esquema de produção da empresa, o marketing do mundo dos games, ou seja, a tendência que se aponta no momento, é que define o início de um projeto. Somente recentemente editais de cinema no Brasil se preocupam com o público alvo, com canais de veiculação, com a idéia de um produto viável, enfim. Como qualquer indústria, a dos games segmenta sua produção. Talvez devêssemos ajudar a mudar a cultura de que produção audiovisual de ser ligada exclusivamente ao autoral e que pode ser encarada como indústria também.


Quanto aos profissionais, eles captam diretamente nas universidades e/ou em intercâmbio com outros países. Como estão nossos cursos de games pelo país?