Após a missão, fomos convidados para dar algumas opiniões, a partir de algumas perguntas pre-estabelecidas. Com isso, concluímos o relato (antes tarde do que nunca!).
Qual foi sua percepção nas visitas sobre
a interatividade e o middleware?
Várias das
minhas observações encontram-se nos textos anteriores, mas ressalto aqui que o
Ginga, pelo menos aparentemente, tem grande respeito e admiração por lá. Já os
sistemas deles me parece seguir unicamente um modelo comercial simplista. Os
desenvolvedores de software não têm visão de conteúdo e as emissoras entendem a
interatividade muito mais como um complemento em forma de jogo do que uma nova
concepção ou mesmo um novo tipo de programa.
Como disse,
talvez porque eles não tenham a necessidade de inclusão social e digital que
temos. Mas nos serve de alerta para onde iremos caso não haja um investimento,
cultural e financeiro, em políticas públicas, se não nos dedicarmos agora em
aperfeiçoar a missão e o papel do que queremos de nossa TV Digital, do middleware e da interatividade que
esperamos.
De que forma a experiência obtida com a
missão poderá contribuir para sua atividade profissional?
Certamente, tudo
que foi levantado aqui serve como exemplo do que deve ser seguido, evitado,
potencializado e cuidado para as TVs Universitárias. Saímos da missão com tudo
isso que escrevemos anteriormente a ser repassado às TVs Universitárias do
país. Talvez seja utópico demais de minha parte, mas certamente essas informações
podem dar subsídios fundamentais para a continuidade do desenvolvimento de
nossas emissoras – por tudo até aqui exposto – mas também para nos tornar
visíveis, nos credenciar e nos colocar em contato bem próximo com parceiros
importantes, tanto no país como na Espanha e Inglaterra.
Após a missão, quais as novas ações
planejadas pelos participantes?
Algumas ações já
estão em andamento, por parte da ABTU:
·
Divulgação do resultado da missão via
mídias eletrônicas da entidade (site, newsletter e blog);
·
Realização de um Seminário onde o
principal tema será a Missão;
·
Publicação de um artigo científico;
·
Projeto em conjunto entre a ABTU,
ABPTI-TV, Presidência e MDIC para fomento de treinamento de mão-de-obra para a
produção audiovisual e de incubadora de produtoras.
Outras
atividades seguirão a partir da multiplicação das informações:
·
pautar novos eventos do segmento a
partir das idéias e demandas aqui apontadas;
·
estabelecer novas parcerias;
·
redesenhar e/ou adaptar projetos em
andamento também a partir do descoberto com a missão, como o catálogo de
produção audiovisual das TVs Universitárias, desenvolvido em conjunto com a EBC
e que agora pode ganhar uma versão internacional para a venda de conteúdo no
exterior;
·
construir manuais para orientação dos
afiliados sobre as tendências e novas oportunidades de negócio;
·
projetos novas propostas para o
segmento.
Comentários
gerais (livre).
Creio
que o melhor da missão foi o encontro de pessoas e instituições voltadas para a
mesma direção. A ABTU teve oportunidade de se encontrar com pares e possíveis
parceiros que, em outras ocasiões, nunca poderiam aprofundar seus pontos de
vistas, suas especificidades e suas possibilidades de atuação conjunta se não
no meio de um processo de descobrimento mútuo, tanto de um contexto externo,
como interno.
Mas
creio que essas missões também têm esse objetivo e, portanto, essa parte foi
totalmente satisfatória.
As
empresas visitadas também deram um amplo mosaico das questões pertinentes aos
nossos interesses, muitas delas coincidindo (o que reforçava uma até então apenas
uma impressão), outras ressaltando aspectos diferenciados e subjetivos, mas
igualmente importantes.
Para
as TVs universitárias, foi um tremendo reforço a algumas concepções, a abertura
de janelas para outras proposições e certamente alguns passos além de onde
estamos que, sem a missão, levaríamos mais algum tempo para alcançar (o que
poderia, inclusive, fazer com que perdêssemos algum ‘bonde’).
Infelizmente,
isso não significa que as TVUs vão agora ficar diferentes do que eram antes da
missão. A heterogeneidade e a pouca agregação das IES, em todas as áreas e não
só em suas TVs,
não garantem que as ações serão assimiladas e multiplicadas. Dependerá também
muito da atuação da ABTU e de seus novos parceiros.
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