quarta-feira, 24 de junho de 2009

Conselho da EBC convoca audiência sobre TV Pública

Nós sempre fomos contra o formato do Conselho Curador da EBC, baseado em escolhas pessoais e não em representatividade social.

A ABTU defende até que as tais personalidades estejam presentes, mas é óbvio que entidades do campo público representam muito mais a sociedade do que o network de alguns.

E, até no momento, não vimos muito o Conselho ser tudo aquilo que foi vendido.

Parece que querem mudar. Quase um ano depois, nos convidam, enquanto sociedade, para debatermos TV Pública. O Conselho convocou uma audiência pública para isso, a ser realizada no dia 9 de julho, com inscrições abertas para todos que quiserem. Congratulações pelo ato.

Estaremos lá, para sermos ouvidos. Nós e muita gente.

Tomara que o Conselho tome gosto.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Reitores assumem as TVs Universitárias

Na primeira reunião da nova diretoria do CRUB - Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, um movimento histórico para as TVs Universitárias.

Foi criada uma célula temática exclusiva para as nossas emissoras.

Parece pouco, mas não é.

As TVs Universitária padecem de acolhimento e compreensão dos seus mantenedores. É uma queixa, meio fraternal, mas comum à boa parte.

As reitorias têm uma tradição de distanciamento das suas emissoras.

Com a criação de uma espécie de 'seção' dentro da principal entidade das universidades brasileiras, as TVs entram no horizonte dos dirigentes. Sabem da nossa existência, acreditam ser importante o debate e, principalmente, abrem-se as portas para nos escutar, enquanto tocadores da obra.

Repito, não é pouca coisa haja vista que a a ABTU completa 10 anos o ano que vem e, certifico, nunca antes na história dessa entidade vimos os reitores olharem para nós de forma significativa, que não ocasionalmente e de forma isolada e momentânea.

Créditos para a antiga e a nova diretoria do CRUB, capitaneadas por dois Gilbertos. O anterior, Prof. Gilberto Gonçalves Garcia, o primeiro a nos receber e escutar, e o atual, Prof. Gilberto Selber, entusiasta que está nos puxando pela mão. E a secretária-executiva do Conselho, Dalva Mello, que nos acolheu e orientou.

A boa notícia completa da criação da célula no Conselho está aqui.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A não obrigatoriedade do diploma e as TVs Universitárias

Acabo de abrir a Internet e tomo a pancada.

O Supremo Tribunal Federal decide que não mais é obrigatório o diploma de jornalista para exercer a profissão.

Se o jornalismo brasileiro já tinha virado uma casa da Mãe Joana, totalmente por culpa do shownalismo que as empresas adotaram como caça-níqueis - chutando a imparcialidade, a objetividade e a busca pela verdade para o espaço - imagine agora quando qualquer um pode fazer uma reportagem e chamar de sua!

Segundo a UOL Notícias, o Ministro Gilmar Mendes foi 'bacana', defendeu que os cursos não precisam acabar, que podem continuar existindo nos moldes de outros cursos, como moda e culinária. Como se um scarpin ou um petit gateau tivesse o poder de influenciar e manipular a opinião pública ou ajudar a decidir uma eleição. Isso já resume. Não precisa de mais comentários.

Bem, mas não adianta chorar. Nesse cenário, como ficam as TVs Universitárias? Eu prefiro olhar o copo meio cheio. Se agora qualquer um pode ser jornalista, a experiência contará muito. Quem sair da escola com um DVD repleto de produções, poderá ter mais empregabilidade.

Claro, na suposição que ainda existirão cursos de jornalismo, se eles forem competentes e corajosos como os de Propaganda e Publicidade, que nunca precisaram de reconhecimento oficial da profissão para serem um dos mais procurados nos vestibulares.

Uma outra oportunidade para as TVs Universitárias nesse novo cenário é, finalmente, elas descolarem de vez dos cursos de jornalismo e se badearem definitivamente para a sua vocação: a de um instrumento de extensão universitária, atendendo toda a comunidade acadêmica, e ainda prestando serviços as demais unidades, inclusive como educação para e com a mídia e de pesquisa de linguagens audiovisual em todos os campos do saber.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Cristóvão Buarque quer ser o relator do Canal da Universidade

O Senador Cristóvão Buarque quer ser o relator do PL 277/2007 quando ela chegar ao Senado. A afirmação foi feita no encontro que tivemos nesta terça-feira, junto com o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, Prof. Gilberto Selber, e parte da nova diretoria do CRUB.

A afirmação foi feita depois de expormos o resultado do II Fórum Nacional de TVs Públicas onde a principal reivindicação das TVs universitárias é garantir o sinal aberto, no mesmo modelo da Lei do Cabo: compartilhamento das IES do município, de forma autônoma e independente. O Senador, que participou do II Fórum, quer se unir ao Senador Renato Casagrande que, no encerramento do evento, assegurou que é totalmente favorável.

Ficou claro, inclusive, que o Canal da Universidade NÃO É o mesmo que o previsto Canal da Educação, do MEC, que prometeu uma sub-frequência para as universidades federais e algumas outras convidades. O canal do MEC tem caráter nacional, com cabeça-de-rede em Brasília, gerido pelo ministério. A reivindicação do Canal da Universidade é o inverso, com ênfase na regionalização, gerida na localidade, como acontece no cabo.

O PL 277/2007 é o projeto de lei que regulamenta os canais do Poder Executivo na TV Digital Terrestre. Na proposta, são previstos 8 canais e o Canal da Universidade seria o nono.

Não tem desculpa. Há espaço. Na proposta inicial, do Dep. Inocêncio Oliveira, estavam previstos 10 canais (do 60 ao 69) e, por isso, eles continuam reservados na Anatel.

A PL 277 está em fase terminativa na Câmara e segue em breve para o Senado.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Qual a avaliação do II Fórum?

Com a bela cobertura feita pela turma da ABTU (que pode ser conferida aqui e, com todos os videos, aqui), acredito que cada um poderá ter a sua conclusão. Digo isso porque já ouvi várias opiniões, das mais desoladoras, vendo o II Fórum como um retrocesso, assim como as mais entusiasmadas, do tipo "agora vai!"

Eu acredito que foi muito bom para as TVs universitárias. Não chego ao ponto do "agora vai!", e acho que ainda está bem distante. Mas alguns importantes passos foram dados.

O primeiro deles é a presença e a disposição do presidente do CRUB - Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, Reitor Gilberto Selber. Pela primeira vez, um representante dos reitores brasileiros sai em defesa das suas televisões universitárias, e de forma veemente e segura. Vale conferir. Só essa aproximação e compromentimento já valeria o Fórum para nós.

Outro passo foi o também comprometimento do vice-presidente do Senado, Senador Renato Casagrande, no encerramento, com a necessidade das IES terem seu canal na TV Digital aberta, nossa principal reivindicação. Lembrando que, em breve, irá para aquela casa a PL 277, que poderá regulamentar isso.

Também ratificamos a importância das universidades no trabalho do futuro Instituto de Comunicação Pública, se bem que sempre me pareceu óbvio.

Por fim, o Fórum é mais um passo na consolidaçao do segmento. Agora são mais deputados e senadores informados (deve, inclusive, surgir uma frente parlamentar nesse sentido), novos agentes de multiplicação envolvidos, mais entrosamento entre os antigos parceiros.

Aliás, no nosso caso específico, uma aproximação ainda maior com o Intervozes, que tem sido um aliado importante, tanto em nos escutar quanto nos ensinar.

Claro que poderia ter avançado mais. Sempre pode. Mas os avanços desse evento específico foram satisfatório para mim.

E você, o que acha? Para ajudar, a Carta de Brasília II está na íntegra na reportagem da ABTU.