quinta-feira, 23 de abril de 2009

Nem o Lula convence os contrários a multiprogramação

Deu hoje lá no Tela Viva News: "Lula cobra solução sobre multiprogramação da Cultura". Na reportagem de Mariana Mazza, foi o próprio Ministro das Comunicações quem reportou a preocupação do presidente.

Não parece ter resolvido, embora a Tela Viva confia que será em breve.

Não sei de vocês, mas o caso me parece cada vez mais surreal. Ainda mais que tanto o ministro, como o seu colega da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, já apontaram a solução da autorização em caráter experimental.

Ora, em um país onde uma série de empresas, inclusive emissoras, funciona graças a uma liminar na Justiça, uma autorização provisória é uma ótima solução. Ainda assim, não sai uma autorização que é administrativa. Nem com o Presidente da República pressionando.

Que coisa!

E a matéria termina: "Na opinião de Martins, não há plano de negócios atualmente que atraia emissoras puramente comerciais à oferecer esse serviço. O ministro Hélio Costa concorda com a análise. "Acho perigoso, inclusive. Só seria viável se abrir muito o bolo publicitário", comentou o ministro das Comunicações."

Beleza! Então estamos de acordo, pois as emissoras públicas não lutam pela multiprogramação para fortalecer o seu "modelo de negócio" nem para arrancar um pedaço do "bolo publicitário". Então porque usam esse argumento? Porque nos colocam nesse balaio?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Reitores do Futura sabem das coisas

Sexta-feira passada, dia 17 de abril, participei do III Encontro dos Reitores das Universidades Parceiras do Futura.

O evento não poderia ser em um lugar mais aprazível que, por sinal, é o nome da rua onde fica o belíssimo casarão com uma vista estupenda do Rio de Janeiro, no bairro de Santa Teresa.

O Canal Futura, que se baseia nas televisões universitárias para a sua expansão, gosta de trazer os dirigentes para dar um relato no que eles estão investindo.

Infelizmente, vão menos reitores do que eu gostaria. Mas os que vão parecem saber da importância das suas emissoras. E como projetos como o Canal Futura podem ser bons - em vários sentidos - para as suas instituições.

Ainda são exceções. E a instabilidade do reitorado para as suas emissoras produz instabilidade para o segmento como um todo. E o Canal Futura também se preocupa com isso.

Aproveitei para falar da importância do engajamento das reitorias. É preciso que as TVs Universitárias sejam fortalecidas internamente, gerando menos instabilidade administrativa, financeira e de programação.

Aquele momento dá continuidade a campanha da ABTU nesse sentido. Já fui ao Conselho de Reitores Brasileiros - CRUB (onde devo voltar em breve), na Associação Brasileira de Reitores de Universidades Comunitárias - ABRUC, na Associação Brasileira de Reitores de Universidades Estaduais e Municipais - ABRUEM e na Associação Nacional de Escolas Católicas. E o próximo Fórum da ABTU poderá ser realizado no CRUB.

Também falei de TV Digital. E que é necessário o esforço dos reitores brasileiros para darmos continuidade na conquista do canal universitário, iniciado na lei do cabo, para o espectro aberto digital.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Multiprogramação ou enrolação?

Quando alardeou-se sobre a TV Digital, modelo japonês, a multiprogramação era um atrativo e tanto.

Para a nossa escassa oferta de sinais abertos, era uma dádiva. Oferecer mais opções aos pobres telespectadores brasileiros, acostumados a ver, no máximo, umas cinco emissoras por cidade, com raras exceções em capitais. E a maioria sem sequer um canal local.

Mesmo que fosse mais do mesmo, ou mais canais das mesmas emissoras, vá lá, ainda assim era melhor do que as cinco oferecendo a mesma coisa: telejornais, novelas e programas de variedades.

Nós, do campo público, aproveitaríamos de duas formas: uma, ampliando os raríssimos canais. Seria ainda uma gota no oceano, já que aumentaríamos aritmeticamente e as comerciais geometricamente. Ainda assim...

A outra forma seria na mudança de cultura do telespectador. Aos poucos, assim como os assinantes de TV paga, começariam a perceber que existe vida inteligente (e variada) fora do 'eixo' das grandes emissoras e do formato padrão telejornal-novela-variedades.

Mas eis que volta tudo para trás. E o padrão japonês deixou de ser o ó do borogodó já que multiprogramação virou palavrão.

Multiprogramação agora é enrolação. Ou não é exatamente o que se está fazendo com a TV Cultura? Colocou no ar sua multiprogramação para teste, o que seria bom para todos, inclusive paras as comerciais (que como todos sabem, não é ameaçada pela programação normal da emissora paulista, imagina pela sua repetição ou por aulas à distância). Foi tirada do ar com a promessa de retorno rápido.

Bem, agora o Ministério das Comunicações joga para a Anatel, que joga para o Ministério das Comunicações.

E a promessa de retorno rápido cada vez mais se parece com ingenuidade.