quarta-feira, 1 de abril de 2009

Multiprogramação ou enrolação?

Quando alardeou-se sobre a TV Digital, modelo japonês, a multiprogramação era um atrativo e tanto.

Para a nossa escassa oferta de sinais abertos, era uma dádiva. Oferecer mais opções aos pobres telespectadores brasileiros, acostumados a ver, no máximo, umas cinco emissoras por cidade, com raras exceções em capitais. E a maioria sem sequer um canal local.

Mesmo que fosse mais do mesmo, ou mais canais das mesmas emissoras, vá lá, ainda assim era melhor do que as cinco oferecendo a mesma coisa: telejornais, novelas e programas de variedades.

Nós, do campo público, aproveitaríamos de duas formas: uma, ampliando os raríssimos canais. Seria ainda uma gota no oceano, já que aumentaríamos aritmeticamente e as comerciais geometricamente. Ainda assim...

A outra forma seria na mudança de cultura do telespectador. Aos poucos, assim como os assinantes de TV paga, começariam a perceber que existe vida inteligente (e variada) fora do 'eixo' das grandes emissoras e do formato padrão telejornal-novela-variedades.

Mas eis que volta tudo para trás. E o padrão japonês deixou de ser o ó do borogodó já que multiprogramação virou palavrão.

Multiprogramação agora é enrolação. Ou não é exatamente o que se está fazendo com a TV Cultura? Colocou no ar sua multiprogramação para teste, o que seria bom para todos, inclusive paras as comerciais (que como todos sabem, não é ameaçada pela programação normal da emissora paulista, imagina pela sua repetição ou por aulas à distância). Foi tirada do ar com a promessa de retorno rápido.

Bem, agora o Ministério das Comunicações joga para a Anatel, que joga para o Ministério das Comunicações.

E a promessa de retorno rápido cada vez mais se parece com ingenuidade.

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