domingo, 14 de novembro de 2010

Conselho Curador da EBC: ABTU finalmente é ouvida!

Quem acompanha o Boletim da ABTU (se não, envie um e-mail com seu endereço eletrônico para boletim@abtu.org.br) já teve a notícia toda. Também está na nossa página. Aqui fica o resgistro do alívio. Finalmente alguém nos escuta.

Estamos brigando há muito tempo por uma coisa, no fundo, muito simples: a Constituição Brasileira no Art. 221.


Dos princípios lá na Carta Magna, costuma-se lembrar majoritariamente das "finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas", em contraposição à uma programação da TV Comercial que não levaria isso em conta.


Isso é muito importante, mas não o nosso foco principal.


Queremos o que está citado em dois dos quatro princípios do artigo: regionalização. Sem o local, não há democratização da informação. E toda a discussão sobre a TV Digital reforça o modelo da verticalidade: cabeças-de-rede em São Paulo, Rio e Brasília mandando sua visão de país para os pobres coitados das províncias.


O Multiplex Local não é um capricho ou um presente a ser dado pelo governo. É continuidade de luta, começada com sucesso em 1988, na Constituinte, e encarada com derrotas e vitórias na Lei do Cabo em 1995, quando, então, esperávamos o desenvolvimento da tecnologia para estarmos no sinal aberto.


Quando ela chega, parece que se esquece o passado. Toda a discussão hoje sobre sinal digital permanece nos 99,9% do que receberemos em casa vindo de outro lugar que não é o meu.


Os conselheiros me pareceram bem sinceros e sensibilizados. Sabem que têm limites. Mas é o único lugar que podemos contar. Em que podemos nos sentir representados. E, pela qualidade e disposição deles - mesmo com forças ao contrário - acredito que sim, podem fazer a diferença. Um documento deles tem mais força do que um lamento nosso.


Eu, particularmente, fiquei à vontade lá. A ABTU ajudou a concretizar aquela reunião, quando batalhamos pela lei da EBC, indo a todos os eventos no Congresso e em outras instâncias. Mesmo discordando de algumas formas de gestão no privado, sempre fomos parceiros no público.


E continuamos sendo. Ainda mais agora que já nos conhecemos melhor, em que pudemos ser ouvidos e acalentados.

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