terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Missão Espanha-Inglaterra 5: Parque Barcelona Media


Um centro de inovação para servir de encontro entre universidades e centros acadêmicos (46,7%) e empresas na área da comunicação (53%). É uma entidade sem fins lucrativos, financiada pelos próprios projetos.

São desenvolvidos diversos projetos nas mais diversas áreas: imagem, áudio, 3D, análise lingüística, tradução automática, recuperação de informação, cognitividade e interatividade, virtualização visual, construção de ferramentas, workflows. Também tem estudos de armazenamento e empacotamento em TV Digital. Foi mostrado um curioso desenvolvimento de um avatar, uma personagem virtual em que experimentam voz sintética, uso de expressões etc. O projeto foi vendido para uma emissora de TV que a utiliza como a apresentadora do tempo. Bacana, mas nada que Hollywood já não faça com mais competência.

O destaque é lançar sobre o segmento da comunicação uma luz que desconheço no Brasil. Qual a ordem econômica do segmento? Em Barcelona, 5% das pessoas trabalham no setor, gerando 6 bilhões de arrecadação. Só perde para o segmento do comércio, estando na frente da indústria, da hotelaria.

Além disso, tem um valor cultural estratégico pois promove a cultura local em um mercado global e a capacidade de inovar amplia a competitividade. Daí também a ênfase no centro na produção experimental (56%) e de investigação (43%).

Me lembrou o CPqD, de Campinas. Mas há um diferencial importante: não percebi uma preocupação social, de inclusão digital, talvez, como dito anteriormente por aqui.Os projetos estão muito ligados ao desenvolvimento de negócios das empresas envolvidas, não exatamente na melhoria da qualidade de vida das pessoas como premissa principal.

Certamente há uma série de méritos: o encontro da academia com as empresas de comunicação, visando a viabilidade e a remuneração destes projetos é algo que, embora exista exemplos em outros segmentos brasileiros, como o industrial, precisaria ser melhor incentivado no Brasil. Se levantarmos os dados, assim como Barcelona fez, sobre o valor econômico desta indústria, não há dúvidas que os números comprovariam essa necessidade de reproduzirmos o exemplo por aqui. Mas adaptando para a questão social. Talvez não seria necessário a criação de um Parque Barcelona tupiniquim, mas reforçando os projetos que já existem como, por exemplo, o citado CPqD (que, por sinal, teve um importante e produtivo papel no desenvolvimento da TV Digital no Brasil) ou mesmo o CERTI.

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